MEMÓRIA
II Workshop de Aquisição da Linguagem
(UEFS, Departamento de Letras e Artes)
Resumos






AQUISIÇÃO BILÍNGUE

AQUISIÇÃO DO PORTUGUÊS E DA LIBRAS POR DISCENTES SURDOS DO IF BAIANO – CAMPUS SERRINHA
Patricia Zutião (IFBAIANO)
José Alexandre da Silva
Objetivou-se realizar um levantamento acerca da aquisição e utilização da Libras e do Português por discentes surdos do IF Baiano – Campus Serrinha. Foram entrevistados cinco surdos, com idade entre 18 e 30 anos, estudantes do ensino médio e técnico. O questionário de entrevista continha 11 perguntas. Os resultados apontam que, a percepção da surdez ocorreu antes dos 10 anos, dois deles utilizaram aparelho, mas apenas um faz uso até hoje. Com relação a aquisição da linguagem, todos começaram a se comunicar via gestos e mímicas e, apenas um foi oralizado. Quanto à primeira língua aprendida, três disseram que foi o português e, dois a Libras. Para todos, a aquisição do português, teve/tem diversos problemas e entraves, principalmente quanto a redação e interpretação de textos.  Quanto a Libras, relataram problemas na comunicação, devido ao desconhecimento da língua pelas pessoas. Assim, ressalta-se a importância de repensar sobre a aquisição bilíngue pelos surdos.



AQUISIÇÃO DA LEITURA E DA ESCRITA

A AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM ESCRITA NA EDUCAÇÃO INFANTIL ATRAVÉS DO NOME PRÓPRIO
Ana Paula de Jesus Capistrano (UFBA)
Esse resumo objetiva apresentar a pesquisa “As contribuições do nome próprio para a apropriação da linguagem escrita na Educação Infantil”, que foi desenvolvida durante o Trabalho de Conclusão de Curso, tendo como principal objetivo a investigação das contribuições do trabalho com o nome próprio na aprendizagem da linguagem escrita na Educação Infantil. De caráter qualitativo, a pesquisa foi desenvolvida a partir da concepção da pesquisa participante. Assim, após observação da prática da professora, foram desenvolvidas intervenções a partir de atividades com o nome próprio, bem como entrevista com a professora. Todos os dados coletados foram registrados em diário de campo. Os resultados obtidos demonstraram que o nome próprio se mostra como uma palavra significativa que pode favorecer a apropriação da linguagem escrita pelas crianças, uma vez que ele, além de possuir importância pessoal e social, também possui informações linguísticas que favorecem a reflexão sobre a notação da linguagem escrita.

A ARTE DE CONTAR HISTÓRIAS COMO ELEMENTO DESENCADEADOR DA AQUISIÇÃO DA LEITURA E DA ESCRITA
Luciene Souza Santos (UEFS)
Esse é uma pesquisa-formação que objetiva compreender como se dá a inserção da Arte de Contar Histórias no campo da aquisição da linguagem, especificamente, da leitura e da escrita. Trata-se da experiência de contação de histórias na turma EDU 287 Fundamentos da Leitura, Escrita e Produção de Textos que tem a ementa voltada para os estudos da área de Alfabetização e Letramento. Através das práticas de Contação de Histórias, os estudantes de Pedagogia vão se constituindo professores-alfabetizadores atentos a aquisição da Leitura e da Escrita a partir da performance de contos da tradição oral.  Espera-se que essa práxis alcance crianças que possam aprender a partir de textos genuínos que se originam de práticas sociais e circulam socialmente de geração a geração em sua modalidade oral, cumprindo funções lúdicas e afetivas.

A IMPORTÂNCIA DA CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA E DO ENSINO DAS RELAÇÕES LETRA-SOM PARA A COMPREENSÃO DO PRINCÍPIO ALFABÉTICO
Sheila Coutinho Paiva Pitombo (UEFS)
Édiva Martins de Sousa
A consciência fonológica é uma habilidade metalinguística que se relaciona à análise da linguagem oral nas unidades sonoras que a compõem. A pesquisa discute a importância da consciência fonológica e do ensino das relações letra-som na compreensão do princípio alfabético. Tem como objetivo analisar os resultados de um programa de intervenção com atividades de consciência fonológica e de ensino das relações letra-som no processo de aquisição do Sistema de Escrita Alfabética em alunos do 3º ano do Ensino Fundamental. É uma investigação de natureza experimental, realizada com um grupo controle e um grupo de pesquisa. Os dados foram submetidos aos testes estatísticos Mann-Whitney e Friedmann, sendo analisados também através da abordagem qualitativa. Os resultados revelaram que a participação dos alunos no programa de intervenção oportunizou um avanço na compreensão do princípio alfabético, evidenciando a importância das habilidades metalinguísticas e do ensino sistemático das correspondências grafema-fonema no processo de alfabetização.

O ABECÊ NORDESTINO E A ALFABETIZAÇÃO
Liane Castro de Araujo (UFBA)
Trata-se da apresentação de um estudo e de um projeto de pesquisa qualitativa sobre o abecedário dito nordestino, ainda presente em práticas familiares e escolares na Bahia. O estudo traz argumentos da história do alfabeto, da história da alfabetização no Brasil, bem como de pesquisas contemporâneas sobre o papel dos nomes das letras na alfabetização, para argumentar sobre o uso legítimo do modo de pronunciar oito letras do alfabeto - fê, guê, ji, lê, mê, nê, rê, si - diferente do modo dito oficial. A pesquisa, em andamento, traz um levantamento sobre aspectos relativos ao uso dos dois abecês nas práticas escolares em alguns municípios baianos, através de questionários com professores. Dados parciais indicam que o abecê nordestino ainda é ensinado, inclusive na capital, embora revelem que os professores conhecem pouco sobre sua legitimidade. Atribuem valor cultural ao abecê como variedade linguística do Nordeste, mas, em geral, indicando-o como incorreto.

OLHARES SOBRE OS PROCESSOS DE AQUISIÇÃO DA LEITURA A PARTIR DA OFICINA “ENTRE BICHOS E MONSTROS: LEITURA COM... SYLVIA ORTHOF”
Jamilly Starling Santos de Jesus (UFBA)
Lícia Maria Freire Beltrão
Com a escrita do resumo que ora se apresenta, objetivamos compartilhar as experiências referentes à oficina “Entre bichos e monstros: Leitura Com... Sylvia Orthof”, realizada com crianças em processo de aquisição da leitura, pelas integrantes do Projeto Leitura Com.... A oficina objetivou democratizar a leitura literária e compartilhar leituras da obra de Sylvia Orthof. No decorrer das atividades, notamos o envolvimento das crianças com a leitura das narrativas, perguntando, cantando, pedindo o turno da fala para registrar impressões, contar histórias dos seus bichos de estimação e dos monstros que lhes causavam medo.  Considerando que o envolvimento revelado pode ser compreendido como gestos de leitura que denotam compreensão literal, associação de ideias e  inferências , somos de parecer  que os procedimentos adotados colaboraram com os seus processos de aquisição da leitura, pois esses envolvem a construção de um repertório textual e o desenvolvimento da capacidade de se expressar sobre o lido.



AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM & ESTUDOS SURDOS

A ESCRITA DA INTERLÍNGUA E SUA AQUISIÇÃO POR SURDOS
Wasley de Jesus Santos (IFBAIANO)
Adriana Stella Cardoso Lessa de Oliveira
Este trabalho disserta sobre o fenômeno linguístico da troca categorial entre nomes e verbos observado no processo de aquisição da escrita da interlíngua Português-Libras por surdos. Objetivamos descrever e analisar, embasados no Gerativismo, como vem ocorrendo pelos surdos a aquisição das categorias nome e verbo na escrita do PB, com vistas ao fenômeno da troca categorial. Hipotetizamos que os surdos realizam essa troca por dois motivos: apego a aspectos sintáticos do PB, ignorando aspectos morfológicos das categorias nome e verbo, e transferência, para a escrita, da mesma indistinção categorial típica de sua L1. Foram 11 informantes, todos surdos usuários da Libras. A metodologia adotada foi a de produção de texto escrito e relatos de experiência de vida gravados em Libras. Para a transcrição dos dados da Libras, utilizamos o sistema SEL. Os resultados mostram que a troca categorial é recorrente e que ocorrem transferências gramaticais da L1 para a L2.

AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM POR ALUNOS SURDOS ATRAVÉS DA CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS
Denise Ferreira Santos (UEFS)
Luciene Souza Santos
Atuando como professora de música em um projeto do município, na sala de alunos com necessidades especiais, viu-se a necessidade de inserir o conteúdo da Contação de histórias para a aquisição da linguagem falada e musical com o foco nos alunos surdos. As histórias escolhidas foram aquelas que possuíam um carácter acumulativo, musical e ritmo marcante. Os alunos receberam alguns instrumentos alternativos de percussão para que, sentindo a vibração destes, executassem conosco as canções. Conforme a história ia sendo contada e cantada, eles realizavam os efeitos sonoros nos instrumentos. A sala possuía ajudadoras e intérprete que fez com que esse trabalho, experiência da monitoria da disciplina EDU 925 – Formação de Contadores de Histórias, fosse realizado com êxito, e alcançássemos bons resultados com o desempenho da turma.

POSSÍVEIS CONSEQUÊNCIAS DA AQUISIÇÃO TARDIA DA LÍNGUA POR INDIVÍDUOS SURDOS - UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Luan Oliveira Mendes (UEFS)
João Vitor Knoth Silva
Seguindo princípios das recorrentes hipóteses neuropsicológicas e linguísticas de que há um período crítico para a aquisição de língua que abrange desde a infância até a puberdade, este trabalho tem como principal objetivo investigar as possíveis consequências sofridas por aqueles que não conseguem uma aquisição natural bem sucedida dentro do prazo estipulado. Para tal, realizar-se-á um trabalho de revisão bibliográfica sobre publicações envolvendo a aquisição tardia da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) e da American Sign Language (ASL). Esperamos, com esse trabalho, reunir informações de diferentes origens sobre o assunto, para que se obtenha uma visão ampla acerca do problema em discussão e se evidenciem a importância e a necessidade da aquisição de língua no seu devido tempo.




AQUISIÇÃO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA / ADICIONAL

ANÁLISE PROSÓDICA DE FRASES AFIRMATIVAS E INTERROGATIVAS DO PORTUGUÊS PROFERIDAS POR ARMÊNIOS
Rodrigo Barreto de Sousa (UESB)
Maria de Fátima de Almeida Baia
Neste trabalho, objetiva-se estudar os padrões entoacionais e prosódicos em frases interrogativas e afirmativas da língua portuguesa produzidas por nativos do armênio, idioma este bastante diferente da língua latina em vários aspectos. A pergunta norteadora desse estudo é: há interferência dos padrões prosódicos da língua materna de nativos armênios, aprendizes de português, na realização de frases interrogativas e afirmativas nesta língua? Assim, pretende-se observar a curva entoacional da frequência fundamental e perceber se existem interposição dos padrões fonológicos do idioma armênio com relação à prosódia do português. Espera-se com esse trabalho colaborar com estudos no campo da aquisição do português como língua estrangeira, assim como contribuir com trabalhos voltados ao armênio.

ASPECTOS DE INTERLÍNGUA NA FALA DE CRIANÇAS APRENDENDO INGLÊS NA CRECHE BEM-QUERER/UESB
João Pedro Santana Luciano da Silva (UESB)
Joceli Rocha Lima
Este trabalho objetiva analisar as ocorrências de interlíngua na fala de crianças participantes do projeto de pesquisa POACE Project – Promovendo a Comunicação Oral em Inglês: Projeto Creche, na Creche Bem-Querer/UESB, cujo propósito é estudar o processo de aprendizagem da língua inglesa por crianças na faixa etária de 2;6 a 3;6. A interlíngua refere-se à influência das diversas habilidades linguísticas da primeira língua (LM/L1) (SELINKER, 1972) sobre a língua estrangeira ou adicional. Quando as marcas de interlíngua ocorrem no aspecto fonológico, nomeia-se interfonologia (TARONE, 1987; HERNANDORENA, 2001). Nesta análise, as crianças-participantes do projeto estão aprendendo a língua inglesa durante a fase de aquisição do português. Os dados analisados encontram-se em notas de campo registradas após cada encontro na creche; que ocorreram semanalmente e com duração de 1 (uma) hora. Tal interferência tem-se mostrado, até o momento, em níveis lexical e fonológico, com predominância neste último.

OS PROCESSOS FONOLÓGICOS EMINENTES NA FALA DE CRIANÇAS APRENDENDO A LÍNGUA INGLESA
Jamilly da Silva Oliveira (UESB)
Joceli Rocha Lima
Este estudo apresenta estratégias de simplificação fonológica utilizadas por crianças aprendizes de inglês, participantes do projeto de pesquisa POACE Project – Promovendo Comunicação Oral em Inglês: Projeto Creche, na Creche Bem-Querer UESB, cujo objetivo é analisar seu processo de aprendizagem da língua inglesa. Para tanto, observou-se seus processos fonológicos e frequência, a partir dos dados gerados durante encontros de intervenção do projeto. A importância de estudos conduzidos a partir de atividades naturais de aquisição, conforme TEIXEIRA (1988), se reflete na desmistificação do pensamento de que a fala infantil seria uma simples imitação defeituosa da fala adulta. Os dados analisados até o momento são registros transcritos de vocábulos da produção oral das crianças, na faixa etária de 2;6 a 3;6, e têm revelado processos fonológicos de simplificação silábica, como a epêntese, e processos de estruturação silábica, como a posteriorização.




AQUISIÇÃO DE LÍNGUA MATERNA

COSIDERANDO O INVENTÁRIO SEGMENTAL DE CRIANÇAS GÊMEAS
Laís Rodrigues Silva Bockorni (UESB)
Maria de Fátima de Almeida Baia
Neste estudo, exibiremos o inventário segmental de crianças gêmeas, adquirindo a variante conquistense do português brasileiro e os processos de simplificação apresentados por Carmo (2018), para compará-los com a proposta de Lamprecht et al (2004).
Analisamos dados de sujeitos gêmeos, IG e MG, meninas, adquirindo a variante supracitada, no período de 1;0 a 2;0. Foram sessões naturalísticas de, aproximadamente, trinta minutos de duração, transcritas segundo o CHAT/CHILDES, e pertencendo ao banco de dados do GEDEF.  Consideramos, conforme propõe Lamprecht et al (2004), como adquiridos segmentos com 80% de acerto em relação à forma alvo.
Em nossa análise, encontramos dissonâncias expressivas quanto à proposta supracitada, especialmente quanto às plosivas, nasais, africadas e vogais médias baixas. Lamprecht e colegas (2004) se basearam em dados sulistas para proporem a aquisição do PB. Assim, questionamos um processo de aquisição “fechado”, defendendo a relevância dos aspectos dialetais e de input no percurso de aquisição fonológica.

HÁ SIMILARIDADE NO PERCURSO FONOTÁTICO DE CRIANÇAS GÊMEAS ADQUIRINDO O  PORTUGUÊS BRASILEIRO?
Jéssica Caroline Souza Aguiar (UESB)
Maria de Fátima de Almeida Baia
Neste projeto de pesquisa, que está em fase inicial, pretendemos verificar se há similaridade no percurso fonotático de crianças gêmeas adquirindo o português brasileiro. Para tanto, nos basearemos nas seguintes perguntas: 1º) Há um mesmo padrão no percurso fonotático de crianças gêmeas ou há variabilidade de uma para a outra, visto que, teoricamente, elas receberiam o mesmo input? 2º) As combinatórias iniciais tendem a ser as mais frequentes do contexto no qual as crianças estão inseridas? Como resposta preliminar, considerando que o desenvolvimento linguístico é um processo não-linear e imprevisível, é possível afirmar que, provavelmente, haverá variabilidade no percurso fonotático das duas crianças, pois, embora o input seja aparentemente o mesmo, há outros fatores que influenciam o desenvolvimento linguístico inicial, por exemplo, os segmentos mais treinados no balbucio. No entanto, é esperado que as combinações iniciais não difiram muito das encontradas no contexto em que as crianças estão inseridas



AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM & OUTROS TEMAS


CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA EM CRIANÇAS DE BAIXA RENDA EM SALVADOR-BAHIA.
Jesnner Bispo Souza (UEFS)
O trabalho em questão tem como objetivo geral de descrever e analisar o perfil linguístico de crianças de dez anos em tarefas de consciência fonológica (CF): a habilidade que o indivíduo possui para compreender as unidades fonológicas da língua e para manipulá-las conscientemente (MOOJEN et alii, 2003). Os dados utilizados no estudo foram coletados para pesquisa ‘’Funções Executivas e Desenvolvimento Cognitivo em Crianças de Baixa Renda em Salvador, Bahia, Brasil’. Na ocasião, o instrumento utilizado foi o CONFIAS- Consciência Fonológica: Instrumento de Avaliação Sequencial, o qual é dividido em duas partes: nível da sílaba (S) e nível do fonema (F). Houve mais acertos no nível da sílaba do que no nível do fonema. No nível da sílaba, S9 – Transposição foi a tarefa mais complexa e, no nível do fonema, F7 – Transposição foi a tarefa mais complexa.





Nomes completos das instituições:
IFBAIANO – Instituto Federal Baiano
UEFS  Universidade Estadual de Feira de Santana
UESB  Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
UFBA  Universidade Federal da Bahia